A Garrafa de Fábio Rabin

Isto é uma mistura de poesia com merdosia, de filosofia com nadaprafazia, enfim...sou eu!

quarta-feira, setembro 30, 2009

Assassinato

Ele começou...eu ainda dormia quando fui invadido por pensamentos negativos dignos do demônio em pessoa, que vinha me dizer que seu enviado estava na terra. Minha função como ser humano seria diferente desta vez, de um mero espectador passei a ser um agente ativo de uma ação digna de noticiários, digna de todas as manchetes sensacionalistas do dia e da noite, do mês, da retrospectiva do ano, sim, caros 2 leitores...eu cometeria um assassinato!
Me levantei prontamente e minhas mãos suavam o frio nervoso da morte. Com os dedos frios liguei o interruptor e olhei a volta do meu quarto procurando em pensamento um meio de abate-lo...rapidamente encontrei a resposta, pois a crueldade satânica, esta que se induz no mundo a toda prova, por meio de ditadores, policiais e maníacos, a crueldade é sempre criativa e sempre existirão mais meios de fazer o mal do que o bem!
Fui a dispensa e me lembrei que meu pai guardara ali antigos objetos de seus tempos de aeronautica brasileira. Logo me lembrei do antigo bastão, um simples objeto, pomposo em verdade e que fora usado por nosso exército como cacetete nas guerras de canudos e farrapos. Este histórico objeto poderia abater qualquer ser humano e se acertivo fosse o golpe levaria a morte do meu oponente.
Pensei por alguns segundos em breves preceitos que aprendi na escola de moral e ética, mas o caso é que o mal tomara conta de mim, optei por tirar uma vida, queria apenas matar, me tornei em poucos segundos um dos vilões que eu temia nos filmes. Mas vamos direto ao fato pois apenas Edgar Alan Poe conseguiria enrolar mais esta história com a beleza do escuro.
Encontrei meu oponente, ele estava ali parado provavelmente distraído o bastante para dar fim a sua vida. Logo a frente vi mais dois que deveriam fazer parte de sua família ou melhores amigos, visto que eram inseparáveis. Toda cautela do mundo era necessária e esperei os dois irem para um canto onde o olhar não achasse tão funebre acontecimento, em seguida me aproximei...minha respiração ofegava e as vítmas da morte que correm perigo ficam mais sensíveis ao ar e aos espíritos que rondam a terra neste momento, assim alguém soprou minha aproximação e meu oponente tentou se esquivar. Olhou pra mim como se ousasse um desafio. Mas aqueles que são mensageiros da morte não veem o perigo, a morte nada mais é do que um revés.
Ele então se apoiou ao lado de um porta retrato da minha família, apareciam nele meus avós, que são minha fonte eterna de amor e a minha única prova de que vale a pena ser bom nesta vida, mas o mal falou mais alto e dei tamanha paulada nele que o porta retratos se destruiu, em meio a sangue e ódio. São marcas que nunca mais sairão de mim...mesmo que eu diga que me arrependi de ter matado, estaria mentindo, pois a primeira coisa que fiz foi arrumar outro porta retratos e deixar o corpo morto ali mesmo, afinal de contas o princípio da cadeia alimentar é o grande devorar o pequeno...e até hoje me intriga a coragem dos pernilongos...